Saudade de tudo

Hoje fui arrebatado por esse sentimento novo: saudade de tudo. Fiquei de coração apertado e um pouco tonto, precisei parar o que estava fazendo pra poder respirar. É que a saudade é velha companheira, mas ela em geral se apresenta em doses. Saudade daquele, do dia, da imagem, do gosto, do cheiro. Nunca tinha me acontecido de ela ser tão grande assim.

Começou quando olhei uma foto de um amigo que nunca mais vi. Lembrei dele, do sorriso dele, porque ele sempre sorri. Lembrei que ele é irmão de outra amiga que raramente vejo, e uma lembrança foi abrindo outra numa reação em cadeia que não cabe em mim, nem na minha casa. Precisei de ar, precisei me concentrar. Não pra mandar a saudade embora, mas pra capturar cada pedacinho e deixar em mim, deixar sentir, deixar aproveitar hoje um pouco de tudo o que aconteceu antes.